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Análise do mercado :: semana 21 à 25 de Setembro

Infelizmente a história política-econômica do Brasil não pode servir como referência para nenhum manual de como se gerir um país, vide a quantidade de recessões apresentadas nos últimos quarenta anos, e o número de impedimentos da nossa tão recente democracia.

Sendo assim, ao longo do tempo, o desafio de colocar esse trem totalmente desgovernado de volta aos trilhos tem se tornado cada vez mais hercúleo, ainda mais com o advento dessa crise sanitária gravíssima, com consequências econômicas demasiadamente profundas.

O representante que ‘ganhou de presente’ essa ‘missão quase que impossível’, foi eleito por ter teoricamente uma postura, e uma proposta política-econômica diferente dos que lhe antecederam, com promessas de reformas diversas (que podem ‘enxugar a máquina pública), privatizações, atração de investimentos estrangeiros etc.

As dúvidas que mais emergem é se essa ‘filosofia’ continua integralmente de pé, e se os caminhos adotados para o enfrentamento dessa crise de escala global são os mais acertados.

O fato é que o nosso Produto Interno Bruto (PIB = receita / riqueza gerada pelo país) despencou (como previsto), já dentro de um quadro (negativo) de déficit primário que se arrasta desde 2014.

Desta forma, observamos que o endividamento do país se acentuou de forma bem significativa, e muitos sugerem que a dívida bruta deverá chegar em 100% do PIB muito em breve, o que é bem alarmante.

Sendo assim nos fica a dúvida: será que as medidas expansionistas implementadas pelo nosso Banco Central no sentido de tentar minimizar os impactos econômicos dessa pandemia, via injeção de liquidez nos mercados /  redução da taxa básica de juros, foram na dose / proporção correta?

A pergunta se dá pois observamos que tais doses podem estar contribuindo para uma série de efeitos indesejáveis para a economia, como a dificuldade de rolagem da dívida pública, a forte depreciação do Real frente ao Dólar, o aumento preocupante de alguns índices de inflação etc.

O futuro não muito distante nos responderá tal pergunta de um jeito ou de outro, cabendo lembrar que como o próprio BACEN tem deixado claro em seus comunicados, que as aprovações das reformas são fundamentais para que o país enfrente as históricas e atuais dificuldades / incertezas de forma mais organizada e controlada.

Ibovespa

Observamos que pela nona semana consecutiva o principal índice brasileiro fechou dentro de uma canal estreito de baixa, num intervalo de aproximadamente cinco mil pontos. Como a correção pelo menos até este momento é relativamente rasa, a mesma se assemelha bastante à uma possível bandeira de alta (faltando obviamente o rompimento da mesma). Ou seja, a simples visualização dessa figura gráfica significa dizer que a tendência primária do IBOV ainda é de alta.

Contudo, enquanto estagnamos dentro da amplitude mencionada acima, os índices americanos renovaram as suas máximas históricas, e por esse motivo (falta de força / de convicção de alta), não descartamos uma correção mais acentuada por aqui.

No nosso matinal temos destacado que os contratos futuros do índice têm por meio de projeção de três figuras gráficas distintas um potencial de queda no curtíssimo prazo até a faixa dos 96,5mil pontos.

Observem que essas três projeções coincidentemente sugerem exatamente a mesmíssima depreciação’ nos preços.

Há de se enfatizar que dentro do mesmo horizonte de tempo, o EWZ, considerado o Ibovespa dolarizado, apresenta graficamente uma recuperação muito mais tímida, lutando para superar a retração de 50% de fibo, se levarmos em consideração a perna de alta que se iniciou a partir de 2016 até o seu topo histórico.

Desta forma, ficamos na dúvida se a nossa bolsa está realmente barata se comparada à outras de melhor desempenho, ou se efetivamente os riscos mencionados no início da nossa análise vem afastando de certa forma uma gama importante de investidores.

Contratos de dólar

Já os contratos futuros de dólar voltaram para dentro da consolidação marcado pelas duas linhas paralelas em azul no gráfico abaixo.

Embora o afrouxamento da política fiscal e monetária nos EUA impulsione a moeda americana para baixo, o atual cenário político-econômico doméstico, como mencionado, joga a mesma para cima, num possível encontro de forças responsável por essa aglomeração em questão.

Vale ressaltar que o Real é a moeda dos países emergentes que mais de desvalorizou frente ao dólar neste ano.

O índice DXY após realizar uma queda extremamente aguda, justamente pelo afrouxamento monetário e fiscal americano, vem se segurando dentro das duas linhas paralelas marcadas em preto no gráfico abaixo, dado que as condições econômicas de diversas outras regiões também são muito desafiadoras.

Para entender um pouco mais sobre o índice DXY, e quais são os principais fatores que fazem a moeda americana oscilar perante às outras moedas do mundo, sugerimos que assistam o vídeo ao lado, que aborda esses temas de forma extremamente resumida e simples. É um assunto de extrema importância para todos aqueles que queiram otimizar seus investimentos de uma forma em geral.

S&P 500

O principal índice americano depois de produzir um novo topo histórico, vem corrigindo de forma interessante pela terceira semana consecutiva, operando neste momento abaixo do topo histórico pré-pandemia (importante suporte).

Pelo gráfico abaixo observamos que a tendência primária do índice continua sendo de alta, e as sombras inferiores e superiores deixadas nas últimas barras, denotam uma disputa relevante entre compradores e vendedores.

Importante ressaltar que a aproximação das eleições presidenciais marcadas para o dia 03 de Novembro deste ano, e o impasse entre republicanos e democratas no que diz respeito à proposta de auxílio fiscal adicional, poderão gerar em conjunto um maior nervosismo aos mercados.

Commodities 

O comportamento dos preços das commodities podem sugerir de alguma forma como caminha a saúde das economias como um todo.

Os preços do barril de petróleo vem apresentando uma considerável volatilidade neste mês de Setembro (bem superior ao dos meses anteriores), incluindo as declarações recentes da OPEP sobre a demorada recuperação pelo lado da demanda.

O minério de ferro depois de romper uma importante consolidação na casa dos USD 100, atingiu a sua nova máxima histórica, tendência essa que vínhamos comentando nas análises semanais passadas. Boa parte dessa valoração se deu por um mix de fatores relacionados à determinadas disrupções na cadeia de suprimento combinado à um aumento imprevisto de demanda pela China.

A possibilidade também de interrupções nas cadeias de abastecimento do cobre  acabaram gerando igualmente uma pressão nos preços dessa commodity, dado que o Chile, principal produtor mundial desta, vem sofrendo demasiadamente com a atual pandemia do coronavírus.

Ouro

O ouro após cumprir o seu alvo gráfico, apresentou uma correção relevante, e nesse momento parece estar ‘triangularizando’, e o rompimento deste mesmo triângulo poderá acelerar o movimento do metal para um dos dois lados.

No entanto, também aparentemente, o mesmo capturou uma parcela do movimento defensivo que naturalmente era direcionado ao dólar – dado que a intensificação de impressão de dinheiro pelos bancos centrais ao redor do mundo pode de fato trazer uma instabilidade em termos de confiança no poder aquisitivo do papel moeda.

Agenda econômica

A semana será repleta de eventos e divulgações que deixarão os mercados mais agitados, como o discurso / depoimento do presidente do Fed em datas diferentes, ata do COPOM, pedidos iniciais por seguro desemprego nos EUA, entre outros.

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